segunda-feira, 16 de julho de 2007

O Pianista


Certa vez perguntaram-me qual a cena de filme que mais me marcou. Na ocasião, pego de surpresa, respondi que foi a dancinha do Travolta com a Uma no Pulp Fiction, que de fato é muito boa. Porém, hoje, tenho uma opinião diferente, sólida e empolgada! A cena de cinema que mais me marcou está no filme O Pianista, de Roman Polanski. Se você não assistiu O Pianista, pare de ler isso agora mesmo e vá direto assisti-lo. O filme vale muitíssimo à pena.

Vamos ao que interessa: a cena!

O ganhador do Oscar Adrien Brody vive a historia real do talentoso pianista polonês judeu Wladyslaw Szpilman. Szpilman vive, ou melhor, sobrevive aos terrores do Gueto de Varsóvia. Perambulando e sobrevivendo de esconderijo em esconderijo, Szpilman, já em estado físico deplorável, nos escombros de uma casa, luta ao tentar abrir um enlatado qualquer. Aquele alimento poderia salvar a sua vida, acima do frio e da saúde debilitada, a fome era seu maior inimigo. Em meio aos escombros da velha casa, que era seu esconderijo naquele momento, concentrado nessa luta solitária de abrir o enlatado, Szpilman depara-se com um general alemão que o surpreende. O General, a perfeita imagem do poder nazista, vê um sobrevivente fraco, sozinho, debilitado e a beira da insanidade. Quando indagado pelo General, Szpilman diz ser pianista. O General, num tom próximo à ironia, conduz aquele pobre homem até o que um dia foi uma sala de estar e, adivinhem, aponta um piano empoeirado. “Toque algo”, diz o General. A resposta de Szpilman é avassaladora. Szpilman não tocara piano havia muito tempo, mesmo assim, com as mãos tremulas e não tão firmes, os primeiros movimentos do solo são suficientes para reaver o brilhante pianista, que toca o que descobri ulteriormente ser a fastástica Balada n.º 1, Opus 23, do também polonês Frédéric Chopin. Cada nota soa como uma pontada na consciência do General, que, embora frio, não consegue disfarçar o estarrecimento e a aparente emoção da inexorável culpa.

Incrível! A melhor cena de cinema que eu vi.

Abaixo, um vídeo com parte da cena. Claro que a cena só tem graça se você já assistiu ao filme, pois o contexto da cena, o filme em si é a verdadeira obra prima.

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